A Polícia Federal (PF) encaminhou nesta quarta-feira, 18, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório que coloca o general Walter Braga Netto como “figura central” em estratégias para deslegitimar o sistema eleitoral e as eleições de 2022.
O órgão produziu o documento com base em dados extraídos do celular de um ex-assessor do ex-ministro da Defesa. Segundo o relatório, Braga Netto incentivou manifestações em frente a quartéis e sedes das Forças Armadas para gerar um clima propício à ruptura institucional. (Leia mais abaixo)
A PF afirma que o general buscou mobilizar apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, de quem foi candidato a vice, para criar condições que pudessem levar a um golpe de Estado.
Braga Netto já responde a processo por essa acusação e está preso desde dezembro de 2024. Ele responde por suposta tentativa de acessar informações da delação de Mauro Cid. (Leia mais abaixo)
PF indica que grupo planejou disseminação de fake news sobre urnas - O relatório indica a existência de um grupo de WhatsApp chamado “Eleicoes 2022@”, que reunia Braga Netto e mais cinco pessoas. As mensagens indicam a suposta produção de um documento com dados distorcidos sobre fraudes nas urnas eletrônicas.
O material seria entregue ao então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para influenciar o relatório técnico das Forças Armadas sobre o processo eleitoral. Parte do conteúdo embasou a contestação feita pelo Partido Liberal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rendeu multa de R$ 22,9 milhões ao partido. (Leia mais abaixo)
A PF argumenta que o grupo criou estudos falsos a partir de dados públicos do TSE para sustentar notícias falsas sobre o pleito. As mensagens também revelam insatisfação com a carta à nação divulgada por Bolsonaro depois do ato de 7 de setembro de 2021.
Na ocasião, Bolsonaro atacou o STF e disse que não obedeceria a decisões do ministro Alexandre de Moraes. Dois dias depois, o então presidente recuou, mas aliados, segundo a PF, expressaram frustração com o gesto. (Leia mais abaixo)
Defesa reage e nova acareação está marcada - A defesa de Braga Netto criticou o relatório e acusou a PF de distorcer os fatos. Os advogados afirmam que o general apenas participou de discussões no grupo e que jamais compactuou com ações contra a democracia.
Braga Netto será submetido a uma acareação com Mauro Cid na próxima terça-feira, 24. A expectativa é de que o encontro esclareça pontos contraditórios entre os depoimentos. (Leia mais abaixo)
Fonte: Revista Oeste