Justiça autoriza investigação sobre prefeito em esquema de creches

Defesa disse que, ‘durante 5 anos, diversas pessoas foram investigadas” e descartado “qualquer ato” que pudesse relacionar Nunes aos fatos




20/11/2024, 11h01, Foto: Divulgação.


A Justiça Federal autorizou a abertura pela Polícia Federal de um inquérito contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em relação a operações suspeitas envolvendo creches conveniadas à Prefeitura de São Paulo , a chamada "máfia das creches".(leia mais abaixo)


Com a decisão da juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 8ª Vara Federal Criminal, a PF vai apurar a relação de Nunes, quando era vereador, e duas empresas envolvidas no esquema, uma delas em nome da família dele (leia mais abaixo).


A investigação teve origem na Operação Daycare, deflagrada em janeiro de 2021 pela Polícia Federal, e que indiciou 116 pessoas suspeitas de desviar dinheiro público de creches. O inquérito foi concluído em julho, depois de três anos de investigação.(leia mais abaixo)


Os alvos da Operação Daycare eram organizações sociais que administravam creches conveniadas à prefeitura. Alguns gestores dessas entidades eram suspeitos de desviar parte da verba federal que foi repassada para atender crianças de até 3 anos.


Em nota, a defesa de Nunes informou que "se mostra inconformada com a decisão que permitiu a arbitrária continuidade das investigações procedidas pela Polícia Federal. Exaustivamente, durante 5 (cinco) anos, diversas pessoas foram investigadas e indiciadas, se descartando qualquer ato, direto ou indireto, que o pudesse relacionar aos fatos".(leia mais abaixo)


"Por isso, se impetrará habeas corpus perante as Cortes e instâncias Superiores visando o trancamento do citado inquérito policial, seja pela patente ausência de indícios, excesso e, em especial, pela absoluta falta de justa causa para seu prosseguimento", finaliza o comunicado assinado pelos advogados Daniel Leon Bialski, Bruno Garcia Borragine e André Mendonça Bialski.(leia mais abaixo)


OPERAÇÃO DAYCARE - No relatório final da operação, o delegado afirmou que "há elementos de prova de que as entidades responsáveis pelas creches apresentaram guias de recolhimento de imposto federal falsas e/ou adulteradas".(leia mais abaixo)


Das 152 creches investigadas, 112 apresentaram processos de prestação de contas com indícios de irregularidades. A PF destaca que, num período de quatro anos, um dos grupos criminosos investigados movimentou mais de R$ 1 bilhão.(leia mais abaixo)


Os investigadores afirmam que "associações e institutos sociais repassavam a verba pública para empresas fornecedoras 'noteiras'", empresas que emitiam notas fiscais frias, de prestação de serviços ou de compra de produtos que nunca existiram. Para a PF, parte dessa quantia desviada retornava para os presidentes das instituições ou para pessoas próximas a eles.(leia mais abaixo)


EMPRESA DA FAMÍLIA DE RICARDO NUNES - No relatório final da Operação Daycare, de julho, a PF também pediu autorização da Justiça para continuar investigando o suposto envolvimento da empresa da mulher e da filha de Nunes.(leia mais abaixo)


Os investigadores identificaram uma remessa de R$ 31,5 mil para o prefeito. O valor saiu da conta de uma das empresas investigadas por emitir notas frias.(leia mais abaixo)


Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma conta pessoal de Nunes, e parte foi para a empresa da mulher e da filha, a Nikkey Serviços, do ramo de dedetização.(leia mais abaixo)


A Polícia Federal quer investigar com mais profundidade a relação de Elaine Targino da Silva com Ricardo Nunes e sua família. Elaine é presidente da ACRIA, uma das organizações sociais suspeitas de desviar dinheiro das creches, e constava como empregada da Nikkey Serviços.(leia mais abaixo)


Na época, o prefeito disse que não existe nenhuma acusação contra ele e que os serviços da empresa Nikkey foram prestados sem qualquer irregularidade.


Fonte: g1