Enel: Consumidores pressionados, dificuldade de acordo e cobranças ilegais em Campos

CPI da Câmara tem relatório final com constatações graves e de falta de investimentos. E Procon cita cobrança ilegal e dificuldade de acordos


  • 25/06/2025, 09h33, Fotomontagem: o: Campos 24 Horas.

Postado por Fabiano Venancio - Campos cresce para todos os lados. Condomínios, bairros planejados e loteamentos se espalham por vários pontos da cidade. Bairros também crescem, com aumento da população, novos estabelecimentos de comércio e ganham vida própria, tornando-se também novas pequenas cidades. Contudo, os investimentos da Enel não acompanham esta expansão urbana, o que resulta na prestação de um péssimo serviço da concessionária, constatação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) praticamente concluída na Câmara Municipal, cujo relatório foi finalizado nesta terça-feira (24). O Campos 24 Horas faz um resumo do que foi apurado pela CPI da Câmara e pelo Procon Municipal, com situações graves de aumentos injustificados nas contas, medidores periciados sem a presença de consumidores e até cobrança ilegal, além da empresa demonstrar má vontade em chegar a acordos.

A principal reivindicação da CPI, que ouviu mais de 30 pessoas, é a construção de uma subestação, no Parque Rodoviário, para atender à demanda de uma parte da cidade que tem registrado crescimento acima da média, incluindo vários condomínios, uns já construídos e outros em fase de implantação. (Leia mais abaixo)

A nova subestação viria desafogar a sobrecarregada subestação de Goytacazes, região onde também se instalaram vários condomínios. Esta subestação fornece também energia para os condomínios Cidade Jardim, Riviera e Village, entre o Parque Imperial e o Tarcísio Miranda.

Outra demanda da CPI é a mudança da localização da subestação de Santa Bárbara, no norte do município, para um ponto da BR 101. (Leia mais abaixo)

"A Enel não tem feito investimentos na mesma proporção do crescimento da cidade. Mas creio que boa parte dos problemas podem ser resolvidos com mais uma subestação", admite o presidente da CPI, vereador Nildo Cardoso.

ACORDO DIFÍCIL E COBRANÇAS ABUSIVAS - O descaso da empresa com os consumidores foi outra constatação da CPI . "Nas audiências de conciliação com outras empresas e concessionárias, por vezes saímos dali com 90 ou 100% dos problemas solucionados. Quando chega a vez da Enel, conseguimos solucionar apenas 10%. A empresa não tem interesse, demonstra má vontade em chegar a um acordo e resolver os problemas", disse o secretário do Procon de Campos, Carlos Fernando Guru. (Leia mais abaixo)

Entre as práticas consideradas abusivas das empresa estão aumentos injustificados nas contas, aplicação de multas com alegação de defeito no relógio medidor que é substituído e periciado sem a presença do consumidor.

"A empresa diz: você está me devendo 24 meses dessa energia consumida com o relógio que estava com defeito e vai ter que me pagar, sendo descontado nos meses seguintes. Mesmo com decisões de tribunais superiores dizendo ser ilegal essa cobrança, a Enel insiste em cobrar", explicou ainda o secretário. (Leia mais abaixo)

Wellington, que tem casa de praia no Farol de São Tomé, recebia o boleto de cobrança da conta de energia a uma média de R$ 600,00 mensais em janeiro e fevereiro, "com todos os aparelhos ligados e a casa repleta de gente no período de verão".

"No penúltimo boleto, a conta disparou para R$ 919,00 em plena baixa temporada, com a geladeira e outros aparelhos desligados e ninguém em casa. A última subiu para R$ 1.046,00", espantou-se. (Leia mais abaixo)

A jornalista Suzy Monteiro, que tem uma publicação especializada em condomínios, conta que um edifício de 16 andares na região do Jardim São Benedito chegou a ficar 26 horas sem energia após um dia de chuva mais forte.

O presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica de Campos, Matheus Azevedo, relatou que o problema que afeta o setor é a baixa tensão do sistema, o ajuste de demanda e a demora  na legalização do funcionamento do parque de energia solar das empresas junto à concessionária. Matheus acrescenta outros problemas. "No Flamboyant, onde eu moro, tivemos seguramente uns quatro picos de energia só nesta madrugada". (Leia mais abaixo)

O Shopping Partage tem sofrido prejuízos com os constantes oscilações e picos de energia, o que tem resultado em queima de câmeras de segurança e danos nas TVs de monitoramento, além do desligamento das cancelas que dão acesso ao estabelecimento.

Presidente da CPI, o vereador Nildo Cardoso (PL) lamentou a ausência de um representante da concessionária. "Mas depois que esse relatório for encaminhado aos órgãos competentes, ele terá que vir não como convidado, mas como convocado porque a CPI tem poder pra isso", disse Nildo. (Leia mais abaixo)

O relatório será encaminhado à ANEEL,  o Ministério Público, a Câmara Federal, Senado e Alerj, entre outros órgãos.



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