Economista da Prefeitura fala sobre queda dos royalties e consequências para Campos e região

Ranulfo Vidigal fala ao Campos 24H sobre guerra tarifária e paralisação na produção de plataformas que preocupam municípios da Bacia de Campos


  • 24/04/2025, 08h12, Foto: Campos 24 Horas/arquivo.

A Prefeitura depende dos recursos do petróleo (royalties e participação especial) para pagar despesas de áreas importantes, além de investir em obras estruturantes, por isso a queda nesses repasses já no mês de junho próximo preocupa o governo Wladimir, conforme explica o diretor do setor de Dados Sócios Econômicos da Prefeitura de Campos, o economista Ranulfo Vidigal, em conversa com o Campos 24 Horas, sobre as consequências do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos produtos importados da China, que pode desacelerar seus índices de crescimento nos próximos meses. Além disso, o cenário de apreensão nos municípios da Bacia de Campos é agravado pelos recentes acidentes em duas plataformas e ainda em razão da queda do dólar. (Leia mais abaixo)

"Estamos diante de uma briga intensa entre as duas maiores potências do planeta. A China é a grande máquina do mundo, grande importador de petróleo. Se ela desacelerar sua economia, vai comprar menos. Assim, vai haver excedente no mercado e, consequentemente, queda do preço", disse Ranulfo Vidigal.

Os impactos já se fazem sentir desde logo. Com a queda de valor do barril, que chegou a bater menos 60 dólares neste mês de abril no mercado internacional, os repasses em royalties a serem depositados em junho já deverão sofrer uma queda substancial. (Leia mais abaixo)

"Em abril, a produção vai cair em função das interrupções devido as recentes explosões em duas plataformas. Mais a queda da cotação do dólar e a redução da demanda no mercado, a tendência é que haja uma queda substancial em junho".

O economista explica que a prefeitura depende dos royalties para pagar despesas junto aos quatro hospitais contratualizados da rede ambulatorial, entre outras. (Leia mais abaixo)

"A indenização dos royalties é responsável por uma parte das despesas com custeio em áreas importantes do município. Caso haja um a redução permanente, os prefeitos serão obrigados a repensarem frentes de investimentos em obras para priorizar os gastos com áreas essenciais", disse ainda Vidigal.

A guerra entre as duas potências tem gerado expectativas nada animadoras. "O grande empresariado tem uma expectativa de desaceleração. Essa estimativa é corroborada pelo FMI, que divulgou relatório estimando uma queda na produção mundial para 2.8%. Quanto ao Brasil, a previsão é de queda de 2.0%", alertou Ranulfo. (Leia mais abaixo)

O especialista, entretanto, vê uma luz no fim do túnel se as duas potências baixarem a guarda no rumo de um acordo.

"Para junho, é certo que haverá queda. Mas se o Trump (presidente dos EUA) e o Xi Jin Ping (mandatário da China) chegarem um acordo, o cenário pode ser de mais tranquilidade para mais adiante", finalizou. (Leia mais abaixo)

No início da semana, o prefeito Wladimir Garotinho (PP),  já emitia sinal de alerta sobre as dificuldades de fluxo de caixa, em razão da queda do preço do petróleo.



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