Postado por Fabiano Venancio - Após a divulgação da nova pesquisa de intenção de voto sobre a eleição para Prefeitura de Campos (Aqui), feita pelo Instituto Real Time Big Data, encomendada pela TV Record e divulgada nesta segunda-feira (23), mostrando que o atual prefeito Wladimir Garotinho (PP) continua na liderança isolada da disputa com 65% das intenções de votos e chances de reeleição em primeiro turno, o Campos 24 Horas ouviu o cientista político George Coutinho, da Universidade Federal Fluminense (UFF) a respeito do resultado da sondagem. Para ele, uma das principais variáveis que explicam o resultado favorável a Wladimir é a avaliação positiva do seu governo. Do ponto de vista eleitoral, Wladimir mostra fôlego na reta final de campanha, enquanto a oposição não esboça reação. O cientista ainda analisa a situação do PT, a candidatura do professor Jefferson e a posição da deputada Carla Machado. "Uma sucessão de erros em decisões cruciais resultaram em uma tragédia anunciada”, diz ele. George também diz como vê o cenário político da cidade, especialmente a disputa entre aos grupos de Wladimir e da família Bacellar após a eleição, caso se confirme a vitória do prefeito. (leia mais abaixo)
"Os resultados se mantiveram estáveis com algumas variações, mas não significativas, até porque há que se levar em conta margem de erro e, se comparadas com a amostragens anteriores do mesmo instituto, no caso a comparação mais adequada, não há maiores diferenças”, destaca George Coutinho, que acrescentou. (leia mais abaixo)
“Entramos numa reta final de campanha com a oposição sem aquela chamada bala de prata. Não houve nenhum fato novo ou algo negativo que pudesse prejudicar o incumbente, caso do prefeito”, frisou. (leia mais abaixo)
Uma das principais variáveis que explicam o resultado favorável a Wladimir é a avaliação positiva do seu governo aos olhos de grande parte da população. “O que não é um fenômeno de Campos, mas de todo Brasil, como destaca a pesquisa do Quest que aponta que governos bem avaliados sempre acabam por refletir no melhor desempenho das intenções de voto e, aumentando assim, a possibilidade de reeleição do titular do cargo”. (leia mais abaixo)
WLADIMIR X BACELLAR - George Coutinho ainda avaliou o cenário pós-eleitoral, caso os resultados nas urnas venham refletir um quadro semelhante a amostra das pesquisas, o que enseja a pergunta sobre com que tamanho as principais forças políticas e lideranças de Campos irão sair desta eleição em caso de uma vitória de Wladimir no primeiro turno. (leia mais abaixo)
“Neste caso, Wladimir iria se manter como grande liderança. Os representantes da família Bacellar são eficientes operadores da política como ela é. Afinal ninguém chega a ser presidente da Câmara de Campos ou da Alerj pelos seus belos olhos, mas também pelos argumentos, habilidade política e tudo mais. Essas qualidades, entretanto, não necessariamente levam ao êxito eleitoral numa disputa majoritária. Eles bem sabem disso, tanto é que terceirizaram a disputa chamando a delegada. Seria uma derrota, mas bem menos dolorosa do que se fosse numa disputa direta entre as duas famílias”, analisou. (leia mais abaixo)
ERROS DO PT - Com relação ao PT, o professor da UFF avalia que “uma sucessão de erros em decisões cruciais resultaram em uma tragédia anunciada”. A aposta na deputada Carla Machado e o sacrifício a que foi submetida a candidatura do professor Jefferson foram determinantes. (leia mais abaixo)
“Jefferson não teve nem como fazer uma pré-campanha, impossibilitado em razão da aposta do partido em Carla Machado até um limite, e não foi sem aviso que a aposta não daria certo. Depois, a entrada de Jefferson no páreo foi ignorada solenemente por Carla até quando ela chega na reta final da campanha para declarar publicamente seu voto na candidata do União Brasil. Não poderia ser diferente deste resultado previsível”, raciocinou. (leia mais abaixo)
Por fim, George Coutinho entende que o PT em Campos ainda carece de reorganização para se tornar um partido moderno de significativa força popular e penetração nas massas como pressupostos para a construção de um projeto para a cidade. (leia mais abaixo)
“Em seus melhores momentos, em suas campanhas de maior presença como aquela com Makhoul Moussalem, o PT avançou mais pelo desempenho eleitoral e do capital político do candidato do que por um trabalho do partido junto às bases. É um problema crônico”, classificou. (leia mais abaixo)
Entretanto, há indicadores que autorizam expectativas que restam às esquerdas, a de eleger pelo menos um vereador em Campos na disputa deste ano. “Essa é uma aposta viável, pelas boas candidaturas que se apresentam, embora se saiba que uma presença forte na eleição majoritária ajuda segurar o voto na proporcional. Zé Maria Rangel foi bem votado na última eleição, mas como dependia de uma boa nominata, não foi eleito”, lembrou.