Postado por Fabiano Venancio - As guerras que se localizam no Oriente Médio e no Leste Europeu, mais os conflitos gerados pela política de aumento de tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, fizeram despencar os preços do petróleo, provocando uma política de contenção de gastos e ajustes nas prefeituras dos municípios produtores da Bacia de Campos. De janeiro a maio, o valor do barril do petróleo caiu de U$S 80 para U$S 70, em março, e US$ 59, em abril. Depois, oscilou entre U$S 60 e US$ 67 em junho. Levantamento do Campos 24 Horas mostra os municípios mais atingidos na região com a queda nas receitas dos royalties do petróleo. Quissamã, cuja economia é 95% dependente dos royalties, chegou a anunciar um programa de ajustes e contenção de gastos com revisão de processos e contratos. A reportagem ouviu membros das Prefeituras de Campos e cidades vizinhas a respeito do assunto.
O município mais atingido foi Quissamã, com uma queda de 25% nos últimos cinco meses. Depois, São João da Barra, com 20%; Macaé sofreu uma queda de 7,5%, enquanto Campos ficou com 5% a menos. (Leia mais abaixo)
Em contrapartida, Carapebus teve aumento de 16%, em razão de aumento da produção de algumas plataformas localizadas no raio de direção de seu litoral.
Os repasses de junho, referentes à produção de abril, também registraram queda considerável. O mais prejudicado foi São João da Barra, que recebeu R$ 20,1 milhões, com 22,3% a menos do que no mês anterior. (Leia mais abaixo)
A diminuição do repasse se deveu também a uma paralisação programada da plataforma 53. Quissamã também teve recuo nos repasses. Foram R$ 14,3 milhões, 14,7% menor no que o de maio. Campos recebeu R$ 52,8 milhões, com perda de 11,7%.
Macaé contabilizou repasse de R$ 115,2 milhões, 10,5% inferior ao repasse do mês anterior. "Macaé é um município que não sofre grande impacto com a queda dos royalties porque suas receitas estão baseadas na arrecadação de tributos da própria cadeia produtiva industrial do petróleo no município. Já São João da Barra também vive situação semelhante, por conta das receitas em ISS do Porto do Açu", avalia o economista Ranulfo Vidigal, diretor de Indicadores Econômicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campos. (Leia mais abaixo)
"Campos é também menos depende dos royalties. Mas a economia de Quissamã é 95% dependente dos royalties", acrescenta.
O prefeito de Quissamã, Marcelo Batista, anunciou um programa de de ajustes e contenção de gastos com revisão de processos e contratos. O prefeito antecipa que os cortes irão preservar serviços essenciais como saúde e educação, assim como a empregabilidade. (Leia mais abaixo)
O Secretário de Desenvolvimento, Turismo e Trabalho, Arnaldo Matoso, destacou os esforços para a diversificação da economia, com um programa de atração de empresas que levou o Guaraná Macaé, agora com domicílio fiscal em Quissamã, enquanto a prefeitura desenvolve tratativas para trazer uma empresa de confecções que trabalha para o setor offshore.
Além das oscilações da produção na Bacia de Campos (os investimentos mais concentrados na camada pré-sal na Bacia de Santos), outros fatores também interferem no valor do barril de petróleo. (Leia mais abaixo)
"A guerra de políticas tarifárias dos EUA contra vários países vem desacelerando a economia global. Por outro lado, a guerra no Oriente Médio não interferiu nos preços depois que o presidente Trump ordenou a Israel que recusasse de outros ataques ao Irã. Se não houver um agravamento da guerra, o preços não terão maiores oscilações. Vamos aguardar", acrescenta Ranulfo.
Já o superintendente de Petróleo e Gás de São João da Barra, Wellington Abreu, analisa que "a precificação do petróleo é influenciada por uma rede complexa de fatores além da geopolítica" e expõe a vulnerabilidade das receitas orçamentárias de municípios da região diante do tabuleiro da política internacional". (Leia mais abaixo)