Ao lado de Lula, Trump sinaliza suspensão de tarifas e se diz incomodado com penas contra Bolsonaro

Questionado se uma mudança nas penas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria uma das condições para as negociações com o governo brasileiro, o líder americano disse que isso não era da conta dos jornalistas


  • 26/10/2025, 08h21, Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (26), em reunião com brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que as tarifas comerciais aplicadas sobre o Brasil podem ser negociadas “muito rapidamente”, embora tenha desconversado quando questionado sobre quais seriam as condições para a medida.

No sábado (25), ele havia afirmado que poderia reduzir as tarifas ao Brasil se houvesse "“circunstâncias adequadas". (Leia mais abaixo)

O encontro bilateral ocorreu em Kuala Lampur, na Malásia, a partir das 15h30, no horário local (4h30, em Brasília), em paralelo à Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

“Vamos discutir por um tempo e provavelmente chegaremos a uma conclusão muito rapidamente”, afirmou logo na entrada da reunião com Lula, quando jornalistas ainda estavam presentes. (Leia mais abaixo)

“Acho que poderemos chegar a acordos muito bons dos quais estivemos falando, e acho que acabaremos tendo uma relação muito boa”, acrescentou.

Questionado se uma mudança nas penas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria uma das condições para as negociações com o governo brasileiro, o líder americano disse que isso não era da conta dos jornalistas. (Leia mais abaixo)

“Eu gosto de Bolsonaro. Ele é um bom sujeito. Nós ficamos incomodados com as penas contra ele”, afirmou.

O mandatário brasileiro, no entanto, pediu que a imprensa fosse retirada da sala para o início de uma conversa a portas fechadas. “A imprensa vai ter boas notícias assim que acabar a reunião. Antes, são só suposições”, afirmou. (Leia mais abaixo)

“O Brasil tem interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos, como temos há 201 anos. Não há nenhuma razão para desavença entre Brasil e Estados Unidos”, disse o petista.

“Quando dois presidentes sentam na mesa, cada um coloca os seus problemas, a tendência natural é encaminhar para um acordo. Antes de vir aqui eu disse que estava muito otimista com a possibilidade para avançarmos para ter uma relação mais civilizada com os Estados Unidos e pretendemos manter.” (Leia mais abaixo)

Brasil e Estados Unidos devem ter outra reunião ainda neste domingo na Malásia - Durante a negociação a portas fechadas, Trump afirmou que deve suspender as tarifas, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que participou do encontro. “Nós vamos ter negociações, conversas, visto que a tarifa é aplicada a um país que não tem superávit nos Estados Unidos”, disse o ministro a jornalistas após o encontro.

Ainda de acordo com Vieira, Trump uma nova reunião entre representantes dos governos brasileiro e americano deve ocorrer na noite deste domingo na Malásia. O horário e local ainda não foram definidos. (Leia mais abaixo)

“Trump declarou que dará instruções à sua equipe para começar um processo de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje ainda – já que é para tudo ser resolvido em pouco tempo”, afirmou.

Ainda de acordo com o chanceler, o presidente americano demonstrou interesse em visitar o Brasil, e Lula também afirmou que irá “com prazer” aos EUA futuramente. (Leia mais abaixo)

Lula classificou a reunião, que durou cerca de 45 minutos, como “ótima” e disse que a discussão foi “franca e construtiva”.

“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral”, declarou o presidente, no X, após o encontro. (Leia mais abaixo)

“Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, prosseguiu.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, disse que o diálogo foi “franco”. (Leia mais abaixo)

“O presidente Lula deixou claro que a motivação usada pelos Estados Unidos para impor a elevação de tarifas para o restante do mundo não se aplica ao Brasil por conta do superávit da balança comercial. Mostrou também que a nossa pauta comercial e a relação diplomática sempre foi muito boa”, contou.

Apesar de se dizer “incomodado” com as penas contra Bolsonaro, o tema não entrou na pauta da reunião, segundo o governo brasileiro. (Leia mais abaixo)

No encontro, Trump esteve acompanhado de seus secretários de Estado, Marco Rubio, e do Tesouro, Scott Bessent, e do representante de Comércio, Jamieson Greer. Ao lado de Lula, além de Vieira e Elias Rosa, participou também o embaixador Audo Faleiro, da assessoria especial da Presidência da República.

Lula está há alguns dias em Kuala Lumpur, onde no sábado se reuniu com o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, depois de uma viagem à Indonésia, em busca de acordos comerciais para mitigar o impacto das tarifas dos Estados Unidos. (Leia mais abaixo)

Trump e Lula se encontraram pela primeira vez nos corredores da última Assembleia Geral da ONU, realizada em setembro em Nova York, e iniciaram um degelo que continuou em 6 de outubro com uma ligação “amigável”, na qual o brasileiro propôs ao americano uma reunião no âmbito da cúpula da ASEAN, que começou neste domingo e termina na terça-feira (28).

O presidente americano participará das reuniões do bloco somente neste primeiro dia e seguirá na segunda-feira (27) para o Japão, para depois viajar à Coreia do Sul. (Leia mais abaixo)

Fonte: Gazeta do Povo



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